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terça-feira, 8 de maio de 2012

Biblioteca do Instituto Max Planck: relato de um pesquisador

Registro, a pedido, informações sucintas e impressões breves sobre a Biblioteca do Instituto Max Planck, de Hamburgo, na Alemanha, no ensejo de minha estada aqui em desenvolvimento como pesquisador convidado de 2012.

É o acervo mais significativo e abrangente do Direito Privado em toda a Europa. Compreende, direta mas não exclusivamente, as áreas do Direito Civil, Comercial e Internacional Privado. Recebe continuadamente cerca de 2.000 (dois mil) periódicos de mais de 200 (duzentos) países. Tem atualmente mais de 500.000 (quinhentos mil volumes) no acervo físico.

Compreensiva e robusta base de dados informatizados está ao dispor dos pesquisadores, com acesso direto para fins dos respectivos trabalhos. Os diversos pavimentos da Biblioteca situada na Mittelweg apresentam obras e coleções organizadas por países, regiões e áreas do conhecimento. Há duas grandes salas de leituras com 80 (oitenta) individuais workstations, nas quais transitam, cada ano, cerca de 1.000 (mil) scholars da Alemanha e de todo o mundo, bem como pós-graduandos que desenvolvem suas investigações teóricas.

A Biblioteca opera como base de um Instituto que é, ao mesmo tempo, centro de pesquisa e instituição de referência para consulta, inclusive do Poder Judiciário alemão, sobre temas da especialidade. O orçamento anual médio da Biblioteca é de 1.000.000 (um milhão de euros), dos quais 80% são destinados à bibliografia estrangeira, com especial ênfase para monografias, teses e dissertações.

O perfil da Biblioteca é ímpar. Trata-se de um extraordinário ambiente de estudo, aberto ininterruptamente todos os dias das 08 h às 21h, inclusive aos sábados. Administrada por profissionais altamente especializados que gerem uma equipe sempre solícita, a Biblioteca do Max Planck torna-se, inevitavelmente, a verdadeira Gästehaus do pesquisador que vem para aprofundar seus estudos. Na Alemanha do presente, ela é um espaço de tradição e modernidade, quiçá um exemplo que, com o necessário respeito cultural, pode gerar, no Brasil do futuro, patamares mais valorizados às Bibliotecas dos cursos jurídicos.

Professor Luiz Edson Fachin 
Titular de Direito Civil da Faculdade de Direito da UFPR

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