Lillian Goldman Law Library |
As bibliotecas são lugares
invariavelmente mágicos e encantadores. Logo na entrada somos acometidos com
uma lufada de ar que imediatamente nos transporta para outros tempos e lugares.
Estantes repletas de livros (mas não só) determinam os vários caminhos a
seguir. Por mais que a catalogação do acervo estabeleça rotas lineares, logo
nos vemos presos em labirintos e sentidos que, ao invés, nos deslocam em
movimentos surpreendentes e nada lineares.
A biblioteca da faculdade de direito
da UFPR tem o encanto e a magia de que falo e por ela experimentei vários
caminhos, nela encontrei inúmeras pessoas, com ela cresci e dela adquiri o
cuidado e a necessária sensibilidade para lidar com seu precioso acervo. Pois
bem, ao chegar na Universidade de Yale, neste outono de 2015, fiquei impactada
pela faculdade de direito, mas sobretudo pela sua biblioteca, a qual é uma das 21
bibliotecas que existem em toda a universidade.
O impacto é proporcional ao
fato de que se trata de uma das maiores bibliotecas jurídicas universitárias
dos EUA. Reúne em torno de 800 mil volumes e, destes, 200 mil, em matéria de
direito estrangeiro. Tem em torno de 36 técnicos, alguns também são professores
e “lectures” de direito e de pesquisa em direito, exclusivamente dedicados à
biblioteca. Além dos livros, dispõe das principais base de dados para pesquisa,
nos mais importantes periódicos estadunidenses e internacionais, sem falar no
acervo de DVDs, seus espaços para leitura, outros espaços e destinados aos
doutorandos, mestrandos e demais pesquisadores, tudo isso concentrado em cinco
andares, no coração da faculdade de direito; assim eles se referem à “LillianGoldman Law Library”, sim, onde a faculdade mais pulsa.
A biblioteca tem, como
a nossa, um setor de livros raros.
Recentemente recebeu uma coleção que estava na Alemanha, na biblioteca
do “Kuttner Institute”, só de direito canônico medieval, sem falar na sua vasta
coleção de direito romano. Pois bem, a Paula Carina havia me pedido uma breve
escrita para o blog sobre as minhas primeiras impressões da biblioteca da
faculdade de direito de Yale. Se é possível resumi-las, é literalmente uma
viagem, temporal e espacialmente, ao surpreendente, ao desconhecido e ao
encantador.
New Haven,
26/08/2015
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